No desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem entender como o cérebro funciona e desenvolve sua capacidade cognitiva torna-se um imperativo. Sabemos hoje através da neurociência que o cérebro humano em sua complexidade pode ser mais bem entendido em diferentes níveis. Sendo eles molecular, celular, sistêmico, comportamental e cognitivo. Este último nos traz informações sobre as capacidades mentais da linguagem, memória, autoconsciência, percepção, atenção e aprendizagem, globalizando esses elementos como a inteligência do indivíduo.
Através de estímulos podemos então desenvolver essas capacidades cognitivas e nesse sentido a tecnologia torna-se importante aliada das teorias de aprendizagem proporcionando novas formas de interação e evolução das capacidades mentais. Mas quais seriam as melhores formas de utilização da tecnologia na prática educacional?
A ciência cognitiva traz importantes contribuições nesse sentido. Um exemplo é a possibilidade de utilização de algoritmos que ao mapear o desempenho do aluno exposto ao conteúdo conseguem personalizar a forma como tal é apresentado posteriormente, criando dessa forma um e-learning adaptável a individualidade do aprendizado.
Além disso, os conteúdos apresentados pelos designers de aprendizagem podem contribuir para o foco do aluno através de atividades interativas e desafios propostos. Nesse sentido, a utilização de jogos/games abre um leque de possibilidades de interação e estímulo tecnológico no desenvolvimento das capacidades cognitivas do aluno. Tais ações desenvolvidas a luz do conhecimento da neurociência cognitiva aliada ao esforço pedagógico prometem e apresentam resultados significativos na efetividade do processo de ensino aprendizagem.
Expor o aluno a todos esses estímulos diversificados permite uma neuroplasticidade e o aumento da capacidade cognitiva e seus elementos constitutivos. Um bom exemplo disso é a gameficação dos conteúdos educacionais, que traz consigo a possiblidade de uma aprendizagem autônoma com a resolução de problemas e autoconfiança no aprender.
Porém é importante ressaltar que a exposição deliberada a tecnologia pode gerar impactos negativos quando só utilizada de forma passiva e sem fins pedagógicos. Sendo agravada quando este aluno é exposto de forma excessiva e no momento errado, gerando dessa forma prejuízos no seu desenvolvimento cognitivo. Encontramos hoje nas salas de aula muitos discentes que apresentam distração excessiva, dificuldade de foco e atenção e a capacidade de concentração e raciocínio comprometidas. Tais elementos se evidenciam quando a tecnologia é utilizada apenas para o consumo de conteúdo sem critérios e ou reflexões conscientes. Sem o devido acompanhamento. Demonstrando dessa forma que mesmo com os avanços tecnológicos, o papel do educador como mediador e líder desse processo é crucial para o desenvolvimento das capacidades mentais do aluno.